Introdução: A actividade física (AF) pode reduzir o risco cardiovascular e preservar a capacidade funcional de pessoas que vivem com vírus da imunodeficiência humana (HIV). No entanto, poucas pesquisas mediram objetivamente a AF em pacientes com baixo nível socioeconômico (NSE) em países de baixa renda. Objetivos: Este estudo comparou a AF avaliada por acelerômetros em mulheres de baixo NSE vivendo com HIV e em TARV de duas grandes cidades do Brasil (Rio de Janeiro, n = 33; 40,1 ± 6,1 anos) e Moçambique (Maputo, n = 50; 38,8 ± 8,7 anos). Métodos: Os participantes utilizaram acelerômetros triaxiais durante sete dias consecutivos, a fim de estimar sua AF habitual e gasto energético diário. Resultados: A proporção de pacientes com sobrepeso / obesidade foi maior no Rio do que em Maputo (57% vs. 30%; P = 0,021), assim como aqueles classificados como sedentários com base em passos / dia (45% vs. 22%; P = 0,02). O tempo sedentário foi prevalente (Mediana ± IQD: Rio- 1.236 ± 142 vs. Maputo- 1.192 ± 135 min / dia; P = 0,15). O tempo gasto em AF foi curto, mas os brasileiros exibiram menor quantidade de luz (111 ± 56 vs. 145 ± 51 min / dia; P <0,001) e AF moderada a vigorosa (88 ± 3 vs. 64 ± 36 min / dia ; P = 0,001) vs. moçambicanos. A proporção de pacientes que realizam 60 min / dia de AF moderada a vigorosa foi de 58% (Rio) e 82% (Maputo). Apesar disso, o gasto energético diário estimado foi equivalente em ambos os grupos (1.976 ± 579 vs. 1.933 ± 492 kcal; P = 0,731). Conclusões: Mulheres com NSE baixo vivendo com HIV em Maputo foram mais ativas do que pacientes do Rio de Janeiro. Embora o comportamento sedentário tenha sido prevalente, a proporção de pacientes que cumprem a AF mínima recomendada para a saúde foi superior aos valores usualmente relatados em países desenvolvidos.

Palavras-chave: AIDS; gasto de energia; acelerometria; risco cardiovascular; saúde.