Conferências UEM, XI CONFERÊNCIA CIENTÍFICA 2020: Investigação, Extensão e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável

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PERCEPÇÕES SOBRE O USO DA LÍNGUA MATERNA EM MOÇAMBIQUE
Ramadane Jone Carimo, Agostinho Muchombe, Ikbal Luís Alcolete

Última alteração: 2021-08-04

Resumo


O estatuto do Português em Moçambique, próprio da história sociolinguística de Moçambique, caracterizada pelo uso compulsivo do Português no contexto colonial e a sua adopção como língua oficial e de unidade nacional no Moçambique independente, contribui decisivamente para que a língua materna ainda seja encarada como uma língua do segundo plano, o que retira o seu valor como património cultural dos falantes nativos. A UNESCO (1953) considera o uso da língua materna como um direito do indivíduo, dadas as questões linguístico-culturais a ela associadas em relação ao falante nativo (cf. INDE/MINED, 2003). Isto significa que é necessário valorizar o uso da língua materna ainda que seja em contexto formal como resultado da diversidade linguística de Moçambique que coloca o Português como uma língua de unidade nacional. O estudo visa reflectir sobre as percepções dos estudantes universitários no que diz respeito ao uso da língua materna em Moçambique, sendo de natureza qualitativa e tendo como método o fenomenológico; o corpus analisado é constituído pelos questionários submetidos aos estudantes. Os resultados preliminares da pesquisa indicam a secundarização da língua materna em todos os contextos, devida ao estatuto privilegiado do Português como língua oficial em Moçambique.

 

Palavras-chave: Língua materna, Português, Moçambique