A cultura do milho é afectada pela ocorrência de várias pragas que reduzem o seu rendimento. Estudos sugerem que a consociação de culturas tem um impacto positivo no maneio de pragas. Associando as técnicas adotadas pelos produtores ao controlo químico, o presente estudo teve como objectivo avaliar o efeito da consociação, diferentes regimes de água e aplicação de insecticidas nos índices de infestação pelas pragas mais comuns. Para o efeito foi conduzido um experimento num arranjo factorial. Os factores consistiram em três sistemas de cultivo (milho puro, feijão puro e consociação); quatro níveis de irrigação (óptimo – aproximadamente a 100% ETp, intermédio 1 – 50% ETp, intermédio 2 – 30% de ETp e sequeiro – sem rega) e dois níveis de aplicação de insecticidas (sem e com aplicação) num arranjo factorial com 24 tratamentos e 4 repetições. Foram estimadas as variáveis densidade populacional, níveis de dano e rendimento. As pragas que mais se destacaram foram a lagarta do funil do milho e afídeos para o milho e gafanhotos, afídeos, besouro castanho das folhas para o feijão nhemba. Apenas o factor aplicação de insecticidas demonstrou efeito significativo na densidade populacional, e níveis de infestação e dano da lagarta do funil do milho, bem como dos afídeos, com menores índices nas parcelas tratadas e maiores rendimentos. Contrariamente observado nas pragas, o sistema de cultivo teve efeito significativo sobre a densidade de predadores (formigas e joaninhas), tendo a presença do feijão nhemba aumentado significativamente a densidade de predadores em relação à monocultura. O cultivo consociado apresentou baixos níveis de infestação por afídeos e besouro das folhas no feijão nhemba. O nível óptimo de água apresentou maior rendimento médio do milho e os sistemas de cultivo não influenciaram no rendimento. O cultivo consociado apresentou maior rendimento médio do feijão nhemba e os níveis de água não influenciaram no rendimento.

Palavras chave: Consociação, milho, feijão nhemba, pragas